Filmes recentes sobre outsiders

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Os últimos três filmes bons que vi coincidentemente eram todos sobre outsiders, pessoas "que não pertencem" (neste mundo do jeito que tá, falta pouco para sermos um tipo dominante).


Cena de "To Leslie"

To Leslie (2022)

O rótulo de To Leslie seria "drama familiar sobre vício". É normal perder o interesse assim que o assunto é revelado. Eu mesmo tinha colocado esse filme lá no final da fila, por imaginar que já conhecia a novela. Deveria ter visto bem antes. É daqueles que mudam o estado de espírito, potencialmente, de modo permanente.

Gostei especialmente porque o filme vai totalmente contra aquela ideia padrão sobre sucesso e vitória na vida, pintando um retrato convidativo das pessoas que costumam ficar de canto nas histórias, geralmente chamadas de perdedoras.

Imaginei que a protagonista merecia um Oscar. Só vi agora que ela realmente foi indicada ao prêmio por esse filme.

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Cartaz de "Riders of Justice"

Riders of Justice (2021)

Confesso que cheguei nesse filme (falado em dinamarquês) em um daqueles momentos em que só queria ver uns tiros e explosões, sem precisar pensar, tipo John Wick. E até que há bastante disso, mas, no fundo, é um filme bonito, e hilário até, sobre pessoas desajustadas e a dor da perda.

Por aqui o filme ganhou um título típico de tradução brasileira: Loucos por Justiça.

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Cena de "A Baleia"

A Baleia (2022)

Esse é outro que estava na lista e que vinha evitando pois imaginava o drama. É muito melhor do que pensava. Assim como To Leslie, tem uma força humanizadora marcante.

Sem dar spoiler, vou só comentar algo que no filme é um detalhe, mas que adorei, entre vários outros. O protagonista ama sua filha distante através de uma singela e tocante redação que ela escreveu na escola. Ele relê, recita de cor, pede que leiam para ele… É como se o texto fosse um retrato da alma dela.

No fundo, é exatamente a isso que se refere a escrita, literatura. É como telepatia (como diz Stephen King). Quando pegamos um livro, ou mesmo um texto, que nos toca genuinamente é como se entrássemos na mente/coração da pessoa que escreveu. Com toda boa arte é assim, mas isso é especialmente intenso com a escrita.

Sou fã do diretor Aronofsky, e A Baleia vai ficar entre suas obras inesquecíveis.

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