Outro dia vi o site dessa empresa que demonstra o atual estado da tecnologia de "fingerprinting" na web, que rastreia o acesso a sites com base num tipo de impressão digital de cada navegador.
O curioso é que independente das definições de privacidade, do IP ou do navegador, o site consegue te rastrear de qualquer jeito — mesmo sem nenhum cookie, com aba anônima, num dos navegadores mais privados, o Brave, com bloqueio "estrito" de fingerprinting até (experimente fazer o teste acessando mais de uma vez esse site, com privacidade ou IP diferentes).
Isso significa que hoje é quase impossível navegar de forma anônima na web. Não são apenas hackers que precisam dessa capacidade. Esses dados coletados direta ou indiretamente acabam parando na mão das big techs, que então ferram de volta a sociedade com seus algoritmos de manipulação.
Até agora, o único navegador que testei imune a esse fingerprinting foi o novo Mullvad, desenvolvido em parceria com o time TOR, baseado no Firefox. Ele é feito para ser usado em conjunto com uma VPN; mas, mesmo sem, segue anônimo — pelo menos nesse site fingerprint.com, que dizem possuir tecnologia de ponta nessa área.
Obviamente há um preço a pagar, se não quisermos contribuir com a distopia big tech, entregando nosso padrão de navegação. Por exemplo, cookies para manter logins ou plugins/extensões, nem pensar.
Então estou usando o Mullvad para navegação em geral e, quando preciso usar algum serviço que requer login, continuo no Brave. Em Linux, há uma falha de implementação que, por enquanto, impede definir 100% o navegador como padrão — logo mais deve estar corrigida.