Gaia (2021), de Jaco Bouwer, é um filme sul-africano meio B do tipo que me atrai. Terror ecológico com elementos psicodélicos, de ficção científica e filosofia.
Uma guarda florestal descobre fenômenos misteriosos na mata e um tipo de culto à sua natureza, que vão se revelando cada vez mais ameaçadores. A infecção micelial lembra Last of Us, mas o filme é anterior e tem o diferencial dos contornos religiosos e até existenciais.
É daquelas histórias que pintam a natureza como misteriosa e assustadora. Por mais que não me identifique com o retrato — ainda mais em uma época de colapso ambiental —, o questionamento sobre a natureza da natureza não deixa de ser intrigante. Por exemplo, se ela for amoral, isso implica malefício para humanos?
A palavra “Gaia” se referia à deusa da natureza na mitologia grega e passou a significar também a natureza como uma entidade viva interligada, ou até a própria biosfera terrestre.
Não é nenhuma obra-prima, mas pode agradar quem aprecia ocultas pérolas cinematográficas de ficção científica ou horror.