The Drowned World (1962, 198 págs.) está entre os primeiros romances do inglês J.G. Ballard, da época em que ele se dedicava à ficção científica mais de gênero.
Conhecido pelas adaptações cinematográficas Crash – Estranhos Prazeres (1996), de David Cronenberg, e Império do Sol (1987), de Steven Spielberg, Ballard combina como ninguém imaginação delirante e prosa hipnótica, tendo transcendido gêneros ao entrar no panteão da genialidade literária.
Esse romance é uma distopia de fim do mundo com cidades tomadas pelo mar, calor mortal e natureza mutante devido à radiação solar. A zona habitável do planeta se reduziu aos pólos e a transformação biosférica também acaba afetando evolutivamente a mente humana, fazendo da história um exemplo perfeito da consciência alterada da ficção científica New Wave sessentista.
Um biólogo estuda as mudanças em uma Londres abandonada e, para ele, esse não é um cenário necessariamente catastrófico — como costuma acontecer nas histórias de Ballard, em que pessoas terminam magnetizadas pelo abismo.
Havia lido alguns dos últimos livros de Ballard na juventude. Fui conhecer sua fase new wave apenas recentemente, com o conto The Voices of Time (1960), bastante similar a esse livro. Isso me fez colocar toda sua bibliografia na lista de leitura.