Final decepcionante de Last of Us é crucial

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Cartaz da série "The Last of Us"

ALERTA: CONTÉM SPOILER

Também fiquei decepcionado com o final da primeira temporada para The Last of Us. Foi muito curto, abrupto e sem sentido, aparentemente. Como me mantive completamente vidrado nesse seriado, não me conformei e fui dar uma pesquisada.

Não gosto muito de obras que dependem de uma explicação externa de seu significado. Mas algumas delas são geniais. Um bom exemplo é o filme Mother! (2017), de Darren Aronofsky. À primeira vista, parece algo muito bizarro e surreal apenas. Mas saber do que se trata a metáfora do filme altera completamente o entendimento e apreciação da história.

O significado mais ou menos oculto do final de Last of Us não chega a ser tão genial. Mas entender melhor mudou sim minha opinião e passei a apreciar a complexidade do desfecho.

O final é basicamente idêntico ao do jogo. Esse foi um dos principais motivos porque ele foi considerado revolucionário. Joel é um cara traumatizado, que se fechou para a vida. Ele passa a história toda lentamente se abrindo, superando isso. No final, ele admite para Ellie que ela o curou.

Diante da possibilidade de perdê-la, ou seja, perder a pessoa que ele imagina ser a cura para sua vida, ele basicamente não tem escolha a não ser cometer aquele massacre. Pode parecer que não, mas é sim totalmente consistente com suas atitudes anteriores.

O game foi muito elogiado por nos colocar dentro desse abismo moral, revelando o monstro escondido no protagonista que assumimos a pele (de certa forma, como se isso estivesse dentro de nós).

Como narrativa de TV, o artifício não funcionou muito bem. Só curtiu de primeira quem jogou o game, ou percebeu de cara toda essa nuance. Mas o tema humano central da série sempre foi: qual o limite daquilo que fazemos por quem amamos? Ele se repete em várias das histórias marcantes.

Apesar de soar trivial, essa é uma questão por trás de quase todas aflições humanas.

Por exemplo, esse é um dos motivos porque o Episódio 3 de Star Wars é um dos meus favoritos. O que motiva Darth Vader e todo seu rastro de destruição? No final, é uma forma envenenada de amor, quase infantil, que se assemelha mais a dominação e controle, cheio de ressentimento. O filme poderia ter como subtítulo: "A Origem do Mal".

Por amor também é que se comete as maiores barbaridades.