The Tusks of Extinction

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capa do livro “Tusks of Extinction”

O estadunidense Ray Nayler escreveu uma das melhores ficções científicas que li nos últimos anos: The Mountain in the SeaThe Mountain in the Sea
Arte: Rafael Vallaperde Fazia tempo que não lia uma história de ficção científica assim, que te gruda no sofá ao mesmo tempo que instiga reflexões profundas: The Mountain in the Sea (2022), de Ray Nayler. O livro reúne vários dos…
. Por isso, estava esperando o lançamento do livro The Tusks of Extinction (2024).

É uma novela — algo entre um conto e um romance — de 105 páginas sobre extinção, biotecnologia e senciência não humana.

No futuro, mamutes são recriados geneticamente em uma reserva na Sibéria, mas como a espécie depende de uma cultura transmitida por gerações, não sobrevivem, já que não há quem os ensine. A solução é transplantar a consciência de uma guardiã de elefantes assassinada, na esperança de que a cultura paquidérmica seja útil para a espécie ressuscitada. O complicador é que, para financiar as pesquisas, caçadas de mamutes são oferecidas a bilionários dispostos a pagar milhões pelo privilégio de matar um deles. E também começam a surgir caçadores ilegais atrás do raríssimo marfim.

Tenho uma birra com a tecnologia (não examinada) da transferência de consciência1, mas o livro é tão bom que nem liguei. É particularmente tocante o mergulho na mente e cultura dessas espécies.

Não é excelente como o livro anterior — que também envolve inteligência não humana — apenas por causa do número menor de páginas e o foco mais limitado da história. Mas concordo com a divulgação da obra que apresenta Nayler como “um novo mestre da ficção científica”.


  1. Comentei isso em ‘Pantheon’ e o transumanismo‘Pantheon’ e o transumanismo
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