A Fúria dos Reis, de George R.R. Martin, é o segundo volume das Crônicas de Gelo e Fogo (adaptadas na consagrada série Game of Thrones). Nesse livro, senti compensar bastante o mergulho nos tijolos (esse tem quase mil páginas, na versão pocket em inglês) dessa série literária, após ser fisgado pela adaptação e desejar prolongar a experiência da saga. Não que o primeiro volume (‘A Guerra dos Tronos’ (resenha)‘A Guerra dos Tronos’ (resenha)
Como mencionei em A mitologia de ‘Game of Thrones’ e ‘Terramar’, vi a série Game of Thrones este ano. Jamais imaginava que ia ficar tão capturado. Esse é um daqueles poucos universos fictícios que geram um anseio e saudade especiais.…) seja ruim, mas a série da HBO o segue tão fielmente a ponto de o livro não prender tanto.
Para quem amou Game of Thrones e lê, é imperdível. Um desafio da experiência na tela é que, por haver tantas tramas paralelas, alguns desdobramentos profundos inevitavelmente foram tratados de forma sumária — do contrário, seriam necessárias umas 12 temporadas. Por exemplo, a transformação de Bran Stark — essa é uma das histórias que mais gostei e, no livro, (o início dela) é muito melhor explorada, trazendo toda uma dimensão de espiritualidade natural panteísta que praticamente não apareceu na tela.
Há também diversos acontecimentos bem interessantes que ficaram completamente de fora da adaptação, como alguns envolvendo Arya, uma das personagens mais cativantes. Os diálogos — que na tela já são longos — se expandem também, junto com a perspectiva psicológica, principalmente quando envolve antagonismo intenso.
Inevitavelmente, estou comparando tudo com a adaptação. Mas, mesmo se não tivesse visto Game of Thrones, é provável que essa série será a melhor que já li, devido à sua excepcional mitologia.